A importância da natureza na vida das crianças e dos adultos também

Confesso que esta não seria a pauta do meu segundo post aqui no blog, mas… Anteontem, trocando uma ideia sobre medicina natural com uma prima que está se formando em medicina, fui apresentada a um pdf que ela tinha lido instantes antes do nosso encontro. Senti, então, de compartilhar alguns trechos desse documento por aqui. Ele fala sobre a importância de os pediatras e educadores recomendarem pelo menos uma hora de contato direto com a natureza a crianças e adolescentes.
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O Manual de Orientação do Grupo de Trabalho em Saúde e Natureza da Sociedade Brasileira de Pediatria apresenta argumentos e dicas para uma integração maior com o meio ambiente em prol do desenvolvimento humano.

Sim, sabemos que são muitos os desafios em torno da questão, mas é nítido que a pandemia do Covid19 abriu ainda mais os nossos olhos para a importância de estarmos cada vez mais perto da natureza, do quanto o sol nos faz bem e como observar os ciclos das plantas e dos bichos pode melhorar nossa saúde mental. Às vezes, pode parecer complexo pensar em uma rotina que inclua atividades ao ar livre, mas tenho certeza de que vale a pena refletir sobre quanto tempo podemos dedicar a atividades simples como regar plantas ou visitar uma pracinha logo ali.

“Diversos fatores são responsáveis pelo contexto de confinamento ao qual todos estamos sujeitos: dinâmica familiar, planejamento urbano, mobilidade, uso de eletrônicos, consumismo, desenvolvimento econômico, desigualdade social, insegurança, violência, conservação da natureza e educação.” – Manual de Orientação do Grupo de Trabalho em Saúde e Natureza da Sociedade Brasileira de Pediatria.

Não, não depende apenas da vontade dos pais, médicos e educadores. Há de se atentar para o fato de que vivemos em cidades muito verticalizadas e com pouquíssimos espaços verdes. Certo?

“Sobre a escassez de áreas verdes, temos muitos dados disponíveis: a cidade de São Paulo, por exemplo, dispõe de 2,6 m² de área verde por habitante, enquanto a Organização das Nações Unidas (ONU) recomenda 12 m² de área verde por habitante.” – Manual de Orientação do Grupo de Trabalho em Saúde e Natureza da Sociedade Brasileira de Pediatria.

“Brincar na areia, subir em árvores, construir cabanas e encontrar os amigos ao ar livre são experiências importantes que permitem estabelecer conexões positivas com a vida e com o outro. Portanto, se esses momentos não tiverem lugar na escola ou em outros territórios educativos, talvez não aconteçam na vida de muitas crianças e adolescentes que hoje passam a maior parte do seu tempo em instituições escolares.” – Manual de Orientação do Grupo de Trabalho em Saúde e Natureza da Sociedade Brasileira de Pediatria.

Relaxar em lugares abertos. Ter contato com bichos. Mexer o corpo. Se integrar com o meio ambiente. Isso amplia, sim, nossas chances de sermos um tanto mais saudáveis e felizes. Além disso, é da terra que vem nosso alimento. Cuidar das plantas e entender seus ciclos é alimentar a alma e o corpo também. 

“A alimentação deve ser vista pelas escolas, famílias e outras instâncias como uma importante estratégia de fomento da relação entre a criança e a natureza, especialmente por meio do processo de plantar, cultivar, colher e preparar alimentos.” – Manual de Orientação do Grupo de Trabalho em Saúde e Natureza da Sociedade Brasileira de Pediatria.

E já que nem sempre contamos com a estrutura básica necessária em todas as áreas do país, vale engajar com gente próxima com o objetivo de solicitar benfeitorias para as crianças e adolescentes. O Instituto Cresce, por exemplo, faz um belíssimo trabalho com suas ilhas verdes – você conhece? Ah! Tem também os projetos Árvore & Ser e Sexta Boa – com atividades educativas e até versão online para essa temporada de pandemia. Recomendo que você conheça e aproveite essas ações. “O poder público deve garantir que todas as crianças e adolescentes tenham acesso a áreas naturais, seguras e bem mantidas, a uma distância inferior a 2 km de suas residências.” – Manual de Orientação do Grupo de Trabalho em Saúde e Natureza da Sociedade Brasileira de Pediatria.

“Pediatras, famílias, educadores e gestores públicos devem ter consciência de que os benefícios são mútuos: assim como a criança e o adolescente precisam da natureza, a natureza precisa das crianças e jovens. Ter essa clareza é importante para apoiar, conceber e priorizar estratégias que visem promover a reconexão entre as crianças e jovens e o ambiente natural.”

Os trechos colados e comentados acima representam apenas uma parte do pdf que me foi apresentado. Recomendo a leitura do documento completo. E você, o que pensa sobre a relação entre saúde e tempo de contato com a natureza? Se é muito bom para as crianças, de certo faz um bem enorme para nós adultos também – concorda?

Por hoje é só. Na próxima semana, volto com mais reflexões e informações para trocarmos por aqui.

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